Em um passado recente, para ser mais específica no ano de 2015, foi declarada no Brasil a epidemia de zika, tendo sido classificada como uma das maiores emergências de saúde pública do Brasil. Em julho desse mesmo ano a infecção pelo zika vírus foi associada à Síndrome de Guillain-Barré.
A doença causada pelo vírus zika (ZIKV) é transmitida por mosquitos do gênero Aedes, causada pelo vírus zika (ZIKV) e tem como principais sintomas febre baixa, erupções cutâneas (principalmente exantema maculopapular), dor de cabeça, dor nas articulações, dor muscular, mal-estar geral e conjuntivite não purulenta que aparecem entre 2 a 7 dias após a picada do mosquito vetor.
Uma em cada quatro pessoas infectadas pode desenvolver sintomas, mas naquelas afetadas, a doença costuma ser leve. O quadro clínico é muitas vezes semelhante ao da dengue, que é transmitida pelo mesmo gênero de mosquitos.
Em outubro de 2015, seis meses após a confirmação da transmissão autóctone do vírus Zika nos estados do Nordeste brasileiro, constatou-se um aumento inesperado da ocorrência de microcefalias, principalmente em Pernambuco, mediante confirmação de 40 casos em crianças nascidas a partir de agosto de 2015. Pesquisas contemporâneas também observaram um aumento da ocorrência de microcefalia no país, em comparação aos anos anteriores, principalmente na região Nordeste. Com base nas evidências levantadas pelas investigações epidemiológicas, o Ministério da Saúde do Brasil foi pioneiro em apontar a implicação do vírus Zika no surto de microcefalia e, ainda em novembro de 2015, declarou a situação como Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN).
Em 17 de janeiro de 2016, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) informou que outros 17 países do continente americano haviam confirmado transmissão local do vírus Zika. Frente à forte suspeita da relação entre o vírus Zika e o aumento das microcefalias, o Comitê Internacional de Regulação de Emergências em Saúde, convocado pela OMS e reunido em 1o de fevereiro de 2016, declarou que o evento constituía uma Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).
Dez anos depois as crianças cresceram e demandam atenção constantes de seus cuidadores. A Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus Zica (SCZ) é composta por um conjunto de anomalias congênitas que podem incluir alterações visuais, auditivas e neuropsicomotoras que acometem embriões ou fetos expostos à infecção pelo Zika vírus durante o período gestacional.
Engana-se que imagina que a única via de transmissão da infecção pelo Zika vírus seja através da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, ela pode ocorrer também através da relação sexual com indivíduos infectados ou através de transfusão sanguínea.
A descoberta dessa síndrome ocorreu em 2015 devido à alteração do padrão de ocorrência de microcefalia em nascidos vivos no Brasil. Na época, o evento foi considerado uma Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) e posteriormente Internacional (ESPII). Posteriormente, constatou-se que os casos de microcefalia, que também cursavam com outras anomalias cerebrais e alterações neurológicas, estavam associados à infecção pelo vírus Zika no período gestacional.
O diagnóstico da SCZ engloba avaliação das manifestações clínicas apresentadas pelo pacientes bem como suas complicações, realização de anamnese detalhada para investigação materna e de familiares próximos para investigação da possível infecção pelo vírus Zika, realização de exames laboratoriais, físico e de imagem.
As complicações e manifestações clínicas devem ser consistentes com os sinais e sintomas mencionados anteriormente. Exames de imagem, como Ultrassonografia Obstétrica, Ultrassonografia Transfontanela e Tomografia Computadorizada de Crânio, são essenciais para identificar diferentes alterações no sistema nervoso central.
Para o diagnóstico laboratorial, os exames incluem o PCR quantitativo em tempo real (RT-qPCR) para detectar o vírus Zika, sorologia para identificar anticorpos contra o vírus Zika (IgM e IgG), e o teste rápido para detectar esses anticorpos. Além disso, é fundamental realizar o diagnóstico diferencial para outras infecções congênitas do grupo STORCH (Sífilis, Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes vírus), a fim de excluir a possibilidade de que as complicações observadas sejam causadas por alguma dessas infecções.
Os pacientes acometidos pelo SCZ precisam ser acompanhados e, o tipo de assistência que receberão depende do tipo de anomalia e alteração funcional que está presente. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e o início dos tratamentos, sejam eles cirúrgicos ou terapêuticos, melhor será o prognóstico da criança.
De maneira geral, as crianças com SCZ devem receber acompanhamento de uma equipe multiprofissional, composta por pediatras, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, neurologistas, oftalmologistas, otorrinolaringologistas, entre outros profissionais, conforme as necessidades específicas de cada caso. Além disso, o apoio psicossocial à família é fundamental, especialmente para aquelas em situação de vulnerabilidade social.
Abaixo você encontra um link que detalha as orientações para o diagnóstico da SCZ
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