Todos os seres vivos brilham em silêncio

seres vivos

Escrito por Sigla Educacional

18 de junho de 2025

Todos os seres vivos brilham em silêncio – e essa luz some quando morrem

  1. Introdução

A emissão ultra-fraca de luz por organismos vivos, conhecida como emissão de fótons ultra-fracos (UPE) ou biophotons, está sendo cada vez mais reconhecida como um indicador da vitalidade celular e de processos metabólicos — potencialmente útil em diversos campos como medicina, agricultura e biologia fundamental.

  1. Fundamentos

2.1 Diferença entre bioluminescência, biofluorescência e UPE

  • Bioluminescência: produção de luz via reação enzimática (ex: vaga-lumes, fungos); detecção visível a olho nu mappingignorance.orgspectrevision.net+5biotecnika.org+5mappingignorance.org+5.
  • Biofluorescência: organismos absorvem luz UV/azul e reemitem em comprimentos de onda maiores (ex: anfíbios, corais), mas necessitam de fonte externa en.wikipedia.org.
  • UPE (biophotons): emissão espontânea, extremamente fraca (10–1000 fótons/cm²·s), associada ao estresse oxidativo, metabolismo celular e espécies reativas de oxigênio (ROS); invisível a olho nu scienceblog.com.
  1. Evidências

3.1 Estudo de Salari et al. (2025)

3.2 Estudo do University of Calgary e NRC Canada (2025)

3.3 Aplicações potenciais

  • Possível uso em diagnóstico não-invasivo (estresse, inflamação, viabilidade de órgãos), agricultura (monitoramento de estresse em plantas), segurança alimentar, e medicina de transplante .
  • Estudos anteriores (2010) haviam sugerido UPE em células humanas (epiderme e fibroblastos) estáveis .

 

  1. Outros contextos relevantes (fora do alcance temporal estrito, mas úteis para fundamentação)
  1. A importância dos biophotons para o transplante de órgãos, segundo a ciência

– Indicador da viabilidade celular

A emissão de UPE está diretamente ligada ao metabolismo celular ativo e à presença de espécies reativas de oxigênio (ROS). Após a morte celular, a emissão diminui drasticamente ou desaparece. Isso permite, em tese, distinguir tecidos ainda viáveis de tecidos que começaram o processo de necrose ou morte celular, mesmo antes de alterações visíveis.

– Monitoramento não invasivo

Como a luz é emitida espontaneamente, sua detecção pode ser não invasiva, sem necessidade de marcadores fluorescentes ou substâncias químicas. Isso pode ser vantajoso em transplantes para:

– Avaliar órgãos de doadores antes da extração.

– Monitorar órgãos armazenados em gelo ou preservação a frio.

– Acompanhar a viabilidade de enxertos antes e durante o implante.

Limitações atuais

– A intensidade da UPE é extremamente baixa — exige equipamentos de alta sensibilidade, como câmeras EMCCD refrigeradas.

– Ainda não existem protocolos clínicos padronizados para uso em transplantes humanos.

– A relação direta entre UPE e sucesso do transplante ainda não foi comprovada em ensaios clínicos humanos.

  1. Conclusão
  1. UPE é universal em organismos vivos, estreitamente correlacionado ao metabolismo e ROS.
  2. A emissão cai com a morte, tornando-se virtualmente nula em organismos recém falecidos.
  3. Ferramenta promissora: a UPE pode servir como marcador em tempo real de vitalidade celular, com aplicações em biomédica, biologia vegetal e tecnologia.
  4. Pesquisa futura: é necessário padronizar protocolos de detecção, mapear emissões específicas de diferentes tipos celulares/tisulares, definir limites de sensibilidade e validar aplicações em humanos e ambientes clínicos.
  5. É cientificamente plausível e promissor afirmar que a UPE pode ser um marcador da viabilidade de órgãos para transplante. No entanto, ainda são necessárias pesquisas clínicas mais robustas para validar seu uso na prática médica.

Você pode gostar também

Síndrome do Ovário Policístico e audição

Síndrome do Ovário Policístico e audição

Você já pensou que a Síndrome do Ovário Policístico pode estar relacionada com a sua audição? Foi exatamente essa relação que Mohammed e Surendran, cientistas indianos, estudaram em 2024. Trago para vocês uma resenha da pesquisa. O artigo denominado “CROSS-SECTIONAL...

ler mais
Descoberta tardia da Síndrome de Down

Descoberta tardia da Síndrome de Down

Descoberta tardia da Síndrome de Down, o caso da norte-americana Ashley Zambelli Aos 23 anos, a norte-americana Ashley Zambelli descobriu que convivia com a síndrome de Down desde o nascimento, sem saber. A revelação ocorreu após ela engravidar de seu terceiro bebê...

ler mais
Supressão do Braço Curto do Cromossomo 6

Supressão do Braço Curto do Cromossomo 6

Supressão do Braço Curto do Cromossomo 6 Resumo A deleção do braço curto do cromossomo 6 (6p) é uma condição genética rara e altamente variável em suas manifestações clínicas. O caso da britânica Olivia Farnsworth, uma criança diagnosticada com essa condição, ganhou...

ler mais
Mecanismos Distintos de Ototoxicidade por Aminoglicosídeos

Mecanismos Distintos de Ototoxicidade por Aminoglicosídeos

Mecanismos Distintos de Ototoxicidade por Aminoglicosídeos Que vários antibióticos tem ototoxicidade nós já sabemos, mas será que todos eles agem da mesma forma na morte das células ciliadas internas? A resposta para essa pergunta está em uma publicação da Frontiers...

ler mais
Gagueira: o que é motor, o que é linguagem?

Gagueira: o que é motor, o que é linguagem?

Gagueira: o que é motor, o que é linguagem? A revista CoDAS, n o volume 37 (1) • 2025 publicou o artigo intitulado Explorando a natureza da gagueira por meio de um programa de intervenção de neuromodulação comportamental em bilíngues com gagueira (tradução livre) com...

ler mais
Vírus monkeypox: a volta de quem nunca desapareceu

Vírus monkeypox: a volta de quem nunca desapareceu

A volta de quem nunca desapareceu: o vírus monkeypox A mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, é uma doença viral causada pelo vírus monkeypox, pertencente ao gênero Orthopoxvirus. Embora historicamente associada a regiões da África Central e...

ler mais
Avanços na Terapia da Obesidade

Avanços na Terapia da Obesidade

Avanços na Terapia da Obesidade: A Revolução das Pílulas Orlistálicas A obesidade é uma epidemia global, com taxas crescentes em muitos países. Tradicionalmente, o tratamento farmacológico da obesidade envolvia medicamentos injetáveis, como os agonistas do receptor de...

ler mais
Esclerose múltipla

Esclerose múltipla

Esclerose múltipla, tudo o que você precisa saber Recentemente, a modelo e apresentadora Carol Ribeiro revelou que foi diagnosticada com esclerose múltipla, doença crônica que atinge o Sistema Nervoso Central. Segundo Carol, os sintomas incluíram falhas ao caminhar,...

ler mais

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *